Vaga – Consultor

 

Vaga – Consultor

A Associação Progresso (PROGRESSO) pretende recrutar para o seu quadro de pessoal um (1) Consultor.


Informações Gerais e Contexto

​​A Associação PROGRESSO é uma organização não-governamental moçambicana, financiada pela Pestalozzi Children’s Foundation (PCF) para a implementação do projeto “Ler é Bom”, que iniciou a sua primeira fase em 2019 e cuja segunda fase decorre de julho de 2022 a dezembro de 2025.

O projeto foi concebido pela Associação PROGRESSO para responder ao problema que as crianças enfrentam em relação à fraca aquisição de competências de leitura, escrita e cálculo na língua local e em português entre os alunos das classes iniciais (1ª a 3ª séries), de acordo com os indicadores de qualidade do Programa Nacional de Educação Básica.

O projeto abrange duas modalidades educativas (escolas monolingues e bilingues) e está a ser implementado em 25 escolas primárias, 12 no distrito de Boane e 13 no distrito de Marracuene, província de Maputo. Nos distritos de Boane e Marracuene, a falta de infraestruturas adequadas, a falta de professores e as dificuldades económicas conduzem a elevadas taxas de absentismo e abandono escolar. Além disso, os fenómenos meteorológicos extremos e a localização isolada dificultam o acesso à educação, aumentando o risco de exclusão escolar.​

Objectivo da Avaliação

O objetivo da avaliação intercalar 1 da segunda fase do projeto LER é BOM visa garantir que o projeto está a atingir efetivamente os seus objetivos em literacia e numeracia, ao mesmo tempo que avalia os resultados globais de aprendizagem entre rapazes e raparigas no primeiro ciclo do ensino primário. O principal objetivo da avaliação é medir o progresso, promover a aprendizagem contínua e melhorar o planeamento futuro com base nas lições aprendidas. Além disso, assegurará a prestação de contas, avaliando a utilização dos recursos até à data.

A Associação PROGRESSO, em conjunto com os seus parceiros, está empenhada em garantir que o projeto atinja os seus resultados de forma eficaz e eficiente.

Nesse sentido, foi elaborado um Termo de Referência (TOR), para contratar uma consultoria para realizar a avaliação intermediária. A avaliação integrará dados quantitativos e quantitativos. Os dados quantitativos serão recolhidos internamente nas escolas e colaborarão com o Governo utilizando indicadores logframe predefinidos para comparar os progressos em relação aos valores de base e de linha média.

A avaliação será formativa, e o principal objetivo é aprender e melhorar o desempenho.

Âmbito e Enfoque da Avaliação

A avaliação visa avaliar a relevância, a coerência, a eficácia, a eficiência, a sustentabilidade e o impacto da segunda fase do projeto, de acordo com as definições do CAD da OCDE 2.  O período avaliado será desde o início do projeto (2022 a 2024) até à fase atual de implementação.

A avaliação será realizada em 12 escolas, selecionadas como amostra representativa das 25 escolas beneficiárias do projeto. A seleção das escolas será feita de forma a garantir uma amostra diversificada, incluindo:

  • Algumas escolas da Fase I e algumas escolas da Fase II.
  • Escolas primárias monolingues e bilingues.
  • Escolas rurais e semiurbanas: Captar as diferenças contextuais entre áreas rurais e semiurbanas.
  • As escolas dos distritos de Boane e Marracuene, tendo como público-alvo crianças, famílias/membros da comunidade, professores, gestores escolares, membros dos Conselhos Escolares, parceiros da SDEJT, etc., das áreas de foco do projeto.

Perguntas de Avaliação

A avaliação deve responder às seguintes perguntas-chave, organizadas em eixos temáticos, para assegurar uma análise abrangente e aprofundada do projeto “Ler é Bom – Fase II”:

Relevância: a intervenção está a fazer as coisas certas?

  • Em que medida o objetivo do projeto está alinhado com as necessidades educativas em Moçambique?
  • Em que medida o projeto está abordando necessidades contextuais, acesso a educação de qualidade, equidade para grupos marginalizados?

  • O projeto está alinhado com as políticas educativas nacionais e internacionais, incluindo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e o Plano Estratégico do Ministério da Educação de Moçambique?

Coerência: até que ponto a intervenção se encaixa?

  • Em que medida o projeto está alinhado com outras intervenções do setor educativo a nível local/internacional?
  • Existem sinergias ou sobreposições com outras iniciativas educativas?

Eficácia: a intervenção está a atingir os seus objetivos?

  • Em que medida o projeto alcançou os objetivos educativos pretendidos, como a literacia (leitura e escrita), numeracia e frequência escolar, taxas de abandono, retenção e absentismo (ao nível dos resultados e dos resultados)?
  • Como é que o projeto abordou a sensibilidade às questões de género nas suas atividades? Os rapazes e as raparigas beneficiaram igualmente da intervenção?
  • Que intervenções planeadas (e não planeadas) contribuíram para a qualidade dos resultados alcançados?
  • Houve resultados não intencionais, positivos ou negativos, resultantes das atividades do projeto? Como foram geridos estes resultados?
  • Quão eficaz tem sido a intervenção do projeto na melhoria da capacidade dos professores, gestores escolares, conselhos escolares e gestão escolar enquanto tal? Os professores, os gestores escolares, os membros do conselho escolar e da direção escolar beneficiaram igualmente das intervenções?
  • Em que medida as atividades do projeto contribuíram para a proteção e salvaguarda das crianças e, em última análise, melhoraram o ambiente escolar seguro e inclusivo?
  • Quão bem o projeto foi planeado e os objetivos, atividades e resultados esperados foram claramente definidos no início do projeto?
  • Qual foi a eficácia do sistema de acompanhamento e avaliação (M&E) do projeto no acompanhamento dos progressos e na realização dos ajustamentos necessários, tendo igualmente em conta os requisitos de uma abordagem sensível às questões de género?
  • Os riscos e desafios foram identificados e geridos de forma eficaz durante o projeto?
  • O projeto teve uma coordenação eficaz entre os vários níveis de governo (nacional, regional, local) e outras partes interessadas envolvidas na educação?

Eficiência: até que ponto os recursos estão a ser utilizados?

  • Com que eficácia os recursos do projeto (financiamento, materiais, recursos humanos) foram utilizados para alcançar os resultados desejados? E os recursos do projeto foram suficientes para alcançar os resultados pretendidos? (Custo por criança/ custo por escola; Custos administrativos vs. custos diretos; Custos de RH vs. custos diretos).
  • O projeto adotou estratégias inovadoras e eficazes em termos de custos para proporcionar educação, tais como a utilização de recursos locais ou de estruturas comunitárias existentes?
  • Qual tem sido o valor acrescentado da cooperação com o PCF para a Associação PROGRESSO em termos de Desenvolvimento de Capacidades, Gestão Financeira, etc.

Impacto: que diferença faz a intervenção?

  • O projeto levou a alguma mudança percetível no comportamento ou atitudes dos pais (análise sensível ao gênero necessária)/ comunidade em relação à educação?

Sustentabilidade: os benefícios vão durar?

  • Que medidas foram tomadas no âmbito do projeto para garantir a sustentabilidade dos resultados após a sua conclusão?
  • Em que medida o projeto criou apropriação local e capacidade para assegurar a sua continuação para além da fase de financiamento externo?
  • Quais são as lições aprendidas até agora e existem boas práticas ou inovações que podem ser replicadas em outras iniciativas?

Métodos de Avaliação

A avaliação utilizará uma abordagem mista, combinando métodos quantitativos e qualitativos, a fim de
assegurar uma análise abrangente e aprofundada. Os métodos incluirão:

  • Revisão de documentos: Análise do sistema de monitoramento, relatórios de progresso, planos de ação, registos financeiros e outros documentos relevantes.
  • Entrevistas semiestruturadas: Com os principais responsáveis governamentais a nível local, distrital e provincial, professores, administradores escolares, membros do conselho escolar, pais e alunos.
  • Grupos focais: Com professores, alunos e pais para recolher opiniões e feedback sobre as atividades do projeto.
  • Observação direta: Das atividades do projeto nas escolas selecionadas, incluindo observação de aulas, utilização de materiais didáticos e funcionamento dos cantos de leitura.
  • Análise de dados quantitativos: Desempenho académico dos alunos, taxas de frequência escolar, taxas de absentismo docente e outros indicadores relevantes.
  • Definir requisitos para fontes externas adicionais que devem ser incluídas para validar os resultados (por exemplo, indicadores das escolas, estatísticas oficiais, entrevistas com peritos externos, etc.).

Cronograma e Resultados

Passos – Até quando

  1. Submissão de propostas – 28.03.2025
  2. Seleção dos candidatos – 07.04.2025
  3. Assinatura do contrato e finalização dos TdR – 11.04.2025
  4. Organização da recolha de dados (calendário e desenvolvimento de ferramentas) – 14-04 a 18.04.25
  5. Recolha de dados – 21-04 a 02.05.25
  6. Primeiro projeto de relatório de avaliação – 15.05.2025
  7. Relatório final de avaliação – 19.05.2025
  8. Apresentação do relatório final de avaliação ao PCF e ao parceiro operacional – 20.05.2025

Estrutura e Extensão do Relatório Final

O relatório final de avaliação deve ser entregue em inglês e português. A sua extensão máxima será de 15 páginas e pode chegar até 20 páginas, excluindo os anexos e o resumo. O resumo da avaliação, limitado a 2 páginas, deve fornecer uma descrição concisa do projeto/programa, do seu contexto e situação atual, do objetivo da avaliação, da metodologia utilizada e apresentar as principais constatações, conclusões e recomendações. A estrutura do relatório deve refletir a organização do resumo. A versão final do relatório deve ser entregue em três cópias assinadas, juntamente com uma cópia impressa, à Associação PROGRESSO.

Estrutura do relatório:

Página de rosto

Índice Acrónimos e Abreviaturas Agradecimentos

Resumo Executivo

1. Introdução

2. Descrição do Projeto

3. Constatações

4. Conclusões

5. Recomendação e lições aprendidas

Anexos

Papel e Responsabilidades

A avaliação do projeto será conduzida de forma colaborativa, com a equipa de avaliação a trabalhar em estreita colaboração com todos os principais detentores de interesse, garantindo que os resultados são válidos e podem ser utilizados de forma eficaz. Na Associação PROGRESSO, a equipa responsável pela avaliação incluirá o gestor do projeto, os facilitadores da Educação e o pessoal financeiro. Além disso, podem prestar apoio o Diretor Executivo, o Coordenador do Projeto, o Responsável pelo Acompanhamento e Avaliação e o Gestor Financeiro. Os Serviços Distritais de Educação serão representados pelos pontos focais do projeto ao nível das SDEJT, pelos Diretores das SDEJT nos Distritos de Boane e Marracuene, bem como por Especialistas e Supervisores na área da Educação. As comunidades escolares serão representadas por Diretores Escolares, Professores, Alunos e Pais.

Perfil de competências do(s) avaliador(es)

A Equipa de Avaliação do Projeto deve demonstrar e possuir as seguintes qualificações:

  • Formação académica em áreas afins (educação, ciências sociais, gestão de projetos, etc.).
  • Experiência comprovada na avaliação de projetos sociais ou educativos e familiaridade com o ensino primário em Moçambique.
  • Experiência da abordagem baseada nos direitos da criança na cooperação para o desenvolvimento.
  • Conhecimento de métodos de pesquisa quantitativos e qualitativos.
  • Habilidades de comunicação e redação de relatórios.
  • Conhecimento do contexto local e dos desafios educacionais da região.
  • Fluente em Português e Inglês.

Orçamento

A proposta apresentada deve incluir um orçamento detalhado, especificando claramente o número de dias-pessoa atribuídos para o estudo da documentação, para a execução de actividades (como visitas de campo) e para a preparação de relatórios. Outras despesas que devem ser consideradas, quando aplicáveis, incluem custos de tradução, sessões com parceiros, transporte, entre outras.

Princípios e Valores Orientadores

​A equipa de avaliação deve aderir às normas e padrões de avaliação das Nações Unidas e às diretrizes éticas para a avaliação 3.

Os consultores/equipa ou instituição que irão trabalhar neste projeto devem demonstrar integridade pessoal e profissional durante todo o processo de avaliação. A equipa deve respeitar o direito das instituições e dos indivíduos a fornecer informações de forma confidencial e garantir que os dados sensíveis não possam ser rastreados até à sua fonte. Além disso, a equipe deve respeitar a ética da pesquisa ao trabalhar com crianças, incluindo o uso de formulários de consentimento adequados à idade, coleta de dados apropriada à idade e o princípio de não causar danos. Além disso, a equipa e os seus membros devem ter o cuidado de que os envolvidos na avaliação tenham a oportunidade de examinar as afirmações que lhes são atribuídas.

O processo de avaliação e os consultores devem ser sensíveis às crenças, maneiras e costumes do ambiente social e cultural em que irão trabalhar. Especialmente, os consultores devem ser sensíveis e abordar questões de proteção, discriminação e desigualdade de gênero. Além disso, não se espera que os consultores avaliem o desempenho pessoal dos indivíduos e devem equilibrar uma avaliação das funções de gestão com a devida consideração deste princípio. Por último, se os consultores ou a equipa descobrirem provas de irregularidades, tais casos devem ser comunicados discretamente ao órgão de investigação competente.

Condições de Submissão

Enviar a oferta técnica e financeira (inglês e português), especificando no assunto do email “523003 – Avaliação Externa”.

Para se candidatar a esta vaga site: https://emprego.mmo.co.mz/vaga/para-consultor-progresso-abr/

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